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Uma coisa que se aprende quando se é mais velho é que, por muito que queiramos,nunca mais voltamos a levar a vida com a despreocupação e a leveza de quando se é jovem.
E o mais terrível de tudo é que, nesta altura do campeonato, não podemos choramingar ou mostrar a nossa fragilidade, perante os problemas que a vida nos vai colocando. Não! Nada disso!
Bons tempos aqueles em que tínhamos os mimos dos avós e dos pais que estavam sempre lá para nos ampararem na queda!
Mas agora os adultos somos nós! E se nós nos pusermos a chorar... Chora tudo minha gente...e a coisa ficaria muito negra!
Tive recentemente uma experiência dessas ( graças a Deus já a ser ultrapassada)... e ...apesar da preocupação que estava a sentir no momento tive de brincar com a situação .
-Mas eu não quero ser operada! - diziam-me pela milésima vez.
- Tem de ser, porque aqui não há opção!- repetia eu, também pela milésima vez!
Lembrei-me de contar uma história que o Herman José costuma contar publicamente sobre o dia em que nasceu. A mãe foi para a maternidade e às tantas, com aquelas dores tão fortes, começou a dizer em voz estridente:
-" Ai agora já não me apetece ! Quero me ir embora para casa já!"( como eu a compreendo!)
Na verdade há coisas que têm de ser e o que tem de ser tem muita força!
A minha própria mãe, há 10 anos atrás, teve de ser levada à má fila ao hospital porque tinha uma angina de peito que lhe estava a causar dores terríveis mas que por, ter pavor de hospitais, médicos e doenças, andava a esconder da família o que se estava realmente a passar com ela.
Claro que o veredicto foi internamento imediato, seguido de operação urgente porque tinha as artérias coronárias todas entupidas.
- Eu??? Internada??!!!!- dizia a minha mãe- nem pensar! Vou já para minha casa! Concerteza que um simples comprimido bastava para resolver a situação, sem necessidade de internamentos, ou coisas do género - refilava ela.
Era daqueles casos em que a opção só podia ser uma: ou era operada ou era operada. Sem isso morreria !
Foram precisas três horas e muitas explicações para a convencer a ficar e quando se apercebeu que não tinha alternativa possível ficou zangada com quem a tinha levado ao hospital: o meu pai, uma das minhas irmãs e o santo do genro, meu marido, que ainda hoje, cada vez que conta a história, diz que nunca viu uma cena daquelas na vida dele.
E quem disse que a vida era simples?!
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