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Pois é, ultimamente tenho andado muito afastada das minhas bloguices (como eu costumo dizer) por motivos pessoais, que só interessariam se estivesse a escrever um diário, o que não é o caso.
Lembro-me que em nova, sempre que me acontecia uma " desgraça", eu escrevia páginas e páginas do meu diário, como que a desabafar contra o mundo!
E depois chorava até mais não!
Hoje, muitos anos depois, apercebo-me que, não só mudou a ideia de "desgraça",como mudou também o modo como reagimos perante a mesma!
Na adolescência a desgraça podia ser causada apenas por uma borbulha que aparecia sem avisar, e que teimava em nos estragar a beleza.
A nossa reacção era péssima: irritávamo-nos, deitávamos a casa abaixo, não tinhamos a certeza se a culpa não seria da nossa mãe, ou, até da nossa irmã, que poderiam ter conspirado contra nós. Era mais que certo rejeitar o convite do namorado para sair, por causa daquela maldita borbulha!
Sentiamo-nos feias, bruxas horríveis!
Mas desgraça era também a irritação por não termos ainda arranjado namorado (a culpa era de alguém,de certeza), ou por nos termos zangado um com o outro (caso tivéssemos um) ou por estarmos apaixonadas por alguém que não nos ligava pêva (mas porquê...se sou tão gira?).
E...sim...reagiamos muito mal: chorávamos, soluçávamos, borrávamos a pintura, sentiamo-nos os seres mais infelizes e miseráveis ao cimo da terra!
Hoje, a muitos anos de distância, quem me dera a mim que todas as desgraças continuassem a ser essas.
Infelizmente, agora o que nos faz sofrer são as doenças e as mortes que vão acontecendo à nossa volta, umas mais longe, mas que não deixam de nos impressionar e, outras, que nos afectam directamente e nos deitam completamente abaixo.
Que falta me faz o meu diário para poder escrever, escrever, escrever até voltar a fazer as pazes com o mundo!
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