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A intimidade entre mim e a cidade de NY faz com que, por vezes, também tenhamos os nossos arrufos!
Como em qualquer relação nem tudo são rosas!
Uma coisa que me tem vindo a acontecer é aperceber-me que não são só as pessoas que desaparecem, mas também certos lugares, certos marcos da nossa vida, que, sem mais, já não estão ali, para nós.
Sentimos como que um balde de água fria!
"Cadê "as referências de toda uma vida?
De há dois anos para cá, aqui em NY, acabaram com a Borders , onde me fartei de comprar livros e discos (fiquei desolada), acabaram com várias lojas da Barnes and Nobles (ia-me caindo a alma aos pés), e mais recentemente, com 2 restaurantes que adorávamos e de que éramos clientes habituais ( só me apeteceu chorar!).
A última partida que a cidade me pregou foi acabar com o Chelsea's Antiques Garage Flea Market.
Era um mercado de antiguidades girissimo, que assentou arraiais, há muitos anos, numa garagem com dois andares, ligados por umas rampas, por onde passavam milhões de pessoas num frenesim imenso!
Vendedores e compradores eram seduzidos pelo misto de nostalgia e excentricidade do local!
Este mercado era um ícone da cidade e, tal como todos os outros locais que foram desaparecendo, tornava a cidade mais única e vibrante!
Este mercado foi desmantelado em junho de 2014 e vai dar lugar a mais um Hotel.
A partir daqui tudo estragado! Como podem fazer desaparecer coisas tão marcantes da cidade?
Durante os próximos dias, eu e a cidade que nunca dorme, estamos de costas voltadas....até nos dar os amores e voltarmos a fazer as pazes outra vez...
Obrigada à equipa Sapo pelo destaque do meu post nos recortes da homepage do Sapo Blogs.
Aqui, no outro lado do Atlântico, fiquei radiante!
É um privilégio enorme poder perseguir o verão onde quer que ele esteja!
Depois de um frio rigoroso ....a ideia de ir ter com o quentinho é do mais sedutor que há!
Impossível descrever a beleza da luz do Verão , a intensidade do cheiro da terra, a beleza das cores da natureza, o azul turquesa do mar, o transparente das águas,o toque macio da areia, o som dos grilos, o abanar das palmeiras, as noites estreladas....
Podia até não se ter tirado fotografias nenhumas (por acaso tirei milhentas) que tudo isto ficaria gravado na nossa memória, no nosso coração para todo o sempre!
Renovei sensações, deixei para trás as coisas que me pesavam na alma e sinto uma leveza imensa!
A vida retomou o seu ritmo...mas sempre que preciso volto a refugiar-me nos locais lindos onde estive uma semana e onde é Verão todos os dias!
Hoje li um artigo aqui neste blogue sobre viagens, com o qual concordo plenamente, onde basicamente se chega à conclusão que viajar torna as pessoas mais felizes do que a simples compra de bens materiais.
É certo que quando se está em baixo ( e as mulheres sabem) a melhor coisa para animar é ir fazer umas comprinhas com as amigas.
Não é necessário gastar muito, basta comprar qualquer coisa nova, um género de mimo para ficarmos com um sorriso na cara.
Este era, pelo menos, o cenário típico antes da crise se ter instalado na Europa e no mundo.
Penso que, hoje em dia, o que nos faz mais feliz é saber conseguir poupar. São outros tempos, outras mentalidades, outras formas de se encarar a realidade!
Mas continua-se a poupar para gastar em algo que nos dê prazer!
E,de facto,qualquer viagem que se faça permanece durante muito mais tempo na nossa memória, do que a simples compra de um vestido ou mesmo de uma coisa para a nossa casa .
Na verdade já me esqueci onde e quando, recentemente, comprei um vestido preto que todos me elogiam, mas ainda hoje me lembro da viagem que fiz aos 29 anos à Índia ( Agra, Jaipur, Nova Deli) e a Caxemira (simplesmente divinal! ).
Como me posso esquecer daquelas cores maravilhosas, daqueles cheiros, do calor húmido, das vacas sagradas que faziam parar o trânsito quando atravessavam a estrada, das crianças que nos puxavam e pediam rupias e que ficavam felizes com as esferográficas que distribuía por todas elas?
E do Taj Mahal? Como é que alguma vez se apaga da memória um monumento que nela fica registado para todo o sempre?
É impossível esquecer as pessoas com quem partilhei esta viagem fabulosa e quase chego a ter presente as conversas que tivemos, os segredos que trocamos, a felicidade espelhada nas nossas caras e a sensação de quão longe estávamos do nosso país e da nossa família!
Sentiamo-nos longe do mundo... mas tão perto do paraíso!!!!!!
Um dos presentes de que mais gostei este ano foi o que me foi dado pela minha filha, e que serve para guardar e anotar, tudo que se relacione com viagens.
É uma ideia excelente para quem, como eu, adora recordações! E costumo guardar desde bilhetes de espectáculos, passando pelos de avião, tudo o que nos vão dando nos hotéis, fotografias de tudo e de todos, postais, selos, cartões dos restaurantes que nos foram recomendados ou, simplesmente, descobrimos, conchas ou pedrinhas que vamos apanhando na praia, e tudo o que possa vir a fazer lembrar aquela viagem, dentro ou fora do país, as pessoas com quem fomos, o que mais gostámos e o que mais detestámos...
Enfim...Com o passar dos anos e sobretudo depois de casar, estou mais moderada.
Continuo, no entanto,mas ser incapaz de fazer uma viagem e não guardar qualquer coisinha que a faça recordar!
Hoje em dia tenho a mania de anotar tudo o que faço, principalmente os sítios novos que visito, os restaurantes onde comi divinalmente, os hotéis onde fiquei melhor instalada, as pessoas que conheci...
É que como somos uma família muito conservadora adoramos voltar, uma e outra vez, aos sítios onde fomos mais felizes . Preferimos repetir um destino do que descobrir um outro!
Manias de maminka...
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